Enquanto o debate sobre uma moralidade que é caolha se torna a essência da Política, as bancadas BB BB - do boi, da bala, da bíblia... e das bolas- aprovam o que querem e como querem.
Para salvar o pescoço,
Eduardo Cunha aliou-se ao que há de pior. O pior também para além do Congresso.
Nesta terça, comissões da
Câmara aprovaram dois projetos; falta votar nos plenários, da Câmara e Senado.
Um projeto transfere do
governo federal para o Congresso o poder de demarcar terras indígenas e
quilombolas.
Outro muda o Estatuto do
Desarmamento. Estende o porte de armas para deputados e senadores, e autoriza arma
mesmo para quem responde inquérito policial ou processo criminal.
Se poderá comprar armas aos
21 anos, não mais só aos 25. A validade do porte é ampliada de três para 10
anos...
Isso num país com quase 60
mil homicídios ao ano...
Terras dos índios pertencem à
União. Imagine-se um congresso BB BB como esse podendo apoderar-se de terras
indígenas. E se imagine os banhos de sangue...
Isso exatamente na semana em
que o Brasil sedia, no Tocantins, a 1ª edição dos Jogos Mundiais Indígenas. Com
1.700 índios de cinco continentes.
Isso exatamente nos dias em
que na OEA, em Washington, o Brasil volta a ser cobrado por crimes contra
índios; na Raposa Terra do Sol, em Roraima, e no Mato Grosso do Sul.
Isso enquanto no Mato Grosso
vizinho, 1.100 jovens índios se suicidaram nas últimas três décadas.
Suicídios por desesperança e
desespero, diante de indiferença quase absoluta.
Isso enquanto se debate
corrupção... desde que a do adversário. Algo profundamente revelador sobre os
que assim e apenas assim pensam e se manifestam.
Eduardo Cunha está presidente
da Câmara em nome da Aliança que o mantém. E que busca derrubar governo e o
adversário político.
Governo e suas forças oscilam
entre o afastar ou servir-se do morto-vivo.
Enquanto seguem as Farsas
várias, na Câmara avança a produção de lixo.