Na sessão ordinária desta quinta-feira (29/10) todos tiveram a oportunidade de analisar com precisão acerca do posicionamento, e principalmente da autonomia dos vereadores nos debates sobre a regulamentação do PMAQ em Bom Jesus do Itabapoana, o despreparo dos vereadores governistas é latente na defesa dos interesses do governo.
Antes de mais nada, cabe
deixar muito bem claro que os recursos repassados para o PMAQ podem ser utilizados
na íntegra para a estruturação das unidades de saúde, podem ser utilizados na
íntegra como gratificação para os profissionais, ou pode ser compartilhado para
ambos os objetivos, o secretário de saúde tem total autonomia para definir os
critérios de utilização dos recursos, até porque cada município que participa
do programa te sua realidade.
O governo enviou um projeto
nefasto como sempre, estabelecendo uma divisão exata para a estruturação e a
gratificação dos profissionais, e com apenas dois pagamentos anuais do
benefício, que foi imediatamente rechaçado pelo bloco oposicionista.
Conforme sugestão de Ricardo
Aguiar, o secretário de saúde compareceu na câmara na tarde de quinta-feira
para discutir o projeto com os vereadores, com os vereadores da oposição propondo
uma partilha de 80% como gratificação e 20% como estruturação, por outro lado
os governistas contrapropuseram a partilha de 60% de gratificação e 40% de
estruturação.
A proposta não condizia com o
que fora estipulado em reunião sobre a adesão dos profissionais entre 2011 e
2012, e diante do impasse Aguiar fez como última tentativa a proposta de 70% de
gratificação com 30% de estruturação, sem que o consenso tivesse atingido.
A última cartada da oposição
foi apresentar um requerimento propondo a realização de uma audiência pública
para discutir o tema, entre os vereadores, secretário de saúde, servidores
participantes do programa e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, no
dia 04 de novembro de 2015 as 14:00 horas, na sala de sessões da câmara.
Para que este debate seja
aprofundado a ponto de termos elementos suficientes para chegar-se ao consenso,
o secretário de saúde deve inicialmente elaborar um relatório com uma planilha
constando todas as necessidades estruturais que se pretende investir nas
unidades de atenção básica de saúde com seus respectivos valores.
Somente com uma relação
detalhada de todos os itens a serem adquiridos com os recursos do PMAQ
poderemos de fato constatar o percentual que será destinado como gratificação.
Ainda temos que levar em
consideração que já existe uma quantia mais do que expressiva depositada pelo
PMAQ desde abril de 2012, e sem dúvidas que os valores referentes ao retroativo
do incentivo, poderíamos até vislumbrar a possibilidade de se obter os recursos
de estruturação do retroativo já repassados, e fixar em 100% dos recursos que
serão repassados daqui para frente como gratificação.
Saliente-se que os
investimentos estruturais dos recursos do PMAQ são prioritariamente para
aquisição de bens PERMANENTES, inexistindo a necessidade de se reservar um
percentual expressivo todos os meses em detrimento a gratificação dos
profissionais.
As possibilidades de se
priorizar os recursos do PMAQ como gratificação para os servidores são
diversas, depende somente de boa vontade política dos vereadores para aprovarem
o maior percentual possível para os profissionais, cabendo ainda sempre
suspeitarmos de que quanto maior o percentual para investimento de estruturação,
maiores serão as possibilidades desses recursos escoarem pelo ralo das
licitações viciadas do desgoverno.
Lembre-se senhores
governistas, estamos debatendo recursos que serão destinados para a melhoria do
atendimento do sistema de saúde, e o interesse da sociedade sempre deverá prevalecer.